Teorias da Conspiração

Para um sábado em Julho com temperaturas acima dos 30° graus, a 5ª edição dos Cépticos com Vox foi um sucesso, já que batemos um recorde de participação! Agradecemos a todos os que apareceram e esperamos que a conversa tenha sido do vosso agrado.

Como é habitual, a conversa nunca se esgota num único encontro e desta vez, com este tema  em especial – as teorias de conspiração – muito ficou por falar e discutir. Cada teoria, em si, daria para uma sessão. Vale a pena, por isso, mencionar alguns dos aspectos que não foram falados e aqueles que foram abordados superficialmente.

De acordo com David Aaronovitch*, uma conspiração pode ser definida por “duas ou mais pessoas que planeiam uma acção secreta, ilegal ou imoral” e qualquer conspiração é uma teoria até que seja fundamentada. No entanto, o que pode definir uma teoria da conspiração, ainda de acordo com Aaronovitch, é a “atribuição de culpa a um agente sobre algo que possivelmente é acidental” ou ainda “a atribuição de culpa a uma acção secreta de um agente quando essa mesma acção pode ser mais razoavelmente explicada através da acção de outro”.

Assim, por exemplo, houve uma conspiração liderada por Bin Laden e os Taliban para executar a queda das torres gémeas a 11 de Setembro de 2012. Já as teorias da conspiração atribuem a culpa do ataque a uma acção deliberada pelo governo norte-americano com o propósito de tirar proveitos e aumentar a sua supremacia militar no mundo.

Importa também não confundir a origem ou causa de um determinado evento com o aproveitamento político que poderá ocorrer após esse mesmo evento. O exemplo que a Catarina Pereira ofereceu durante o encontro é excelente: Uma coisa é dizer que o Marquês de Pombal terá feito um complôt com deus de maneira a provocar o Terramoto de 1755, outra totalmente diferente, é afirmar que o Marquês de Pombal tirou proveito da tragédia para se afirmar politicamente.

De um modo geral, as teorias da conspiração requerem sempre um nível de ocultação extremo e implicam sempre uma rede cada vez maior de indivíduos que activamente pactuam com a acção. Quanto maior a rede de conspiracionistas, menos improvável a teoria deveria ser, mas na generalidade das teorias, a lógica é inversa: As pessoas que mais facilmente poderiam desmascarar uma conspiração fazem sempre parte do grupo conspirador. E se o nível de ocultação é extraordinário, é sempre curiosa a facilidade em ser descoberta por uns quantos indivíduos armados com um motor de busca.

Existem várias teorias da conspiração, tantas quanto a nossa imaginação permite. E como é difícil falar de todas elas, falámos por alto das mais conhecidas:

No top das teorias de conspiração mais absurdas está aquela que identifica uma série de elementos fálicos no Aeroporto de Denver, EUA. São mensagens satânicas…

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=LOQsvOkkLq4]

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Muito ficou obviamente para discutir, muitas questões ficaram em aberto. Por exemplo, porque razão temos assistido ao aumento destas teorias da conspiração nos últimos anos? Uma profunda iliteracia científica? O nivelamento de todas as opiniões ao mesmo patamar, onde não se discrimina uma opinião informada e sustentada da desinformação? A desconfiança perante os governos e pela ciência? De que modo podemos identificar uma teoria da conspiração? E distingui-la de uma conspiração válida? 

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Os Cépticos com Vox vão fazer uma interrupção para férias. Voltaremos com outra edição em Setembro em data ainda a combinar. Se tiverem ideias/sugestões para um próximo tema, podem sugerir aqui nos comentários.

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.*David Aaronovitch, Voodoo Histories: The Role of the Conspiracy theory in shaping modern history, River Head Books, 2010

32 Comments

  1. ” Assim, por exemplo, houve uma conspiração liderada por Bin Laden e os Taliban para executar a queda das torres gémeas a 11 de Setembro de 2012. Já as teorias da conspiração atribuem a culpa do ataque a uma acção deliberada pelo governo norte-americano (…)” Também é referido o caso do terramoto de 1775 e do “aproveitamento” Marquês de Pombal. Na minha opinião, podem-se pôr outras hipóteses, Vamos supor que o governo dos EUA estava absolutamente informado acerca de um futuro ataque e que, em vez de o contrariar, o facilitou ou o deixou acontecer. Se fizerem uma pesquisa acerca desta possibilidade encontrarão vários indícios. Penso que caiem numa falácia neste parágrafo ao simplificarem a realidade: ou foi “uma conspiração liderada por Bin Laden” ou o Bush para ter “supremacia militar no mundo”. As conspirações, por mais absurdas que nos parecem, existem. Vejam o exemplo da Operação Gladio (terrorismo de estado na Europa) ou a já muito conhecida Operação Northwoods. Mas nem era preciso haver qualquer precedente histórico. Há sempre uma primeira vez, como é óbvio. Como diria o Hitler “Quando maior a mentira, maior é a probabilidade de ela ser acreditada”. A mim parece-me que muitas das pessoas não se dão ao trabalho de olhar mais profundamente para este caso pois “eles nunca fariam tal coisa” – outra falácia…

    1. Caro Jorge,

      “Vamos supor que o governo dos EUA estava absolutamente informado acerca de um futuro ataque e que, em vez de o contrariar, o facilitou ou o deixou acontecer.”

      Vamos supor que o governo dos EUA estava informado de um ataque eminente. A questão que se coloca é: estava informado de um ataque que poderia ter acontecido em qualquer local no país, de qualquer maneira? Alguém sabia o local e a maneira como o ataque iria ser conduzido?

      Tudo isso foi investigado. A questão de negligência ou incompetência dos serviços secretos norte-americanos não foi descurada. E não é isso que está em causa.

      O problema da teoria da conspiração coloca-se quando se atribui o ataque exclusivamente a uma manipulação política de G.W. Bush para invadir outro país. Não só ficam por explicar tantas coisas que não “batem certo”, como a autoria, absolutamente reivindicada pelos Taliban, que fica suspensa porque não encaixa na “teoria”

      Há muito para perguntar. Mas na ânsia de perguntar, esquecem-se as respostas que já existem.

      Há muitas conspirações que existem e continuarão a existir. Ninguém dúvida disso. Mas há que ver o que é plausível e o que é apenas fantasia ou ideologia.

      1. Vou tentar responder-lhe fundamentando as minhas respostas, sem recorrer ao tais “sites de conspiração”. Diz: “A questão que se coloca é: estava informado de um ataque que poderia ter acontecido em qualquer local no país, de qualquer maneira? Alguém sabia o local e a maneira como o ataque iria ser conduzido?” Na minha opinião, sim. Este documento de 7 de Agosto de 2001 – http://fl1.findlaw.com/news.findlaw.com/hdocs/docs/terrorism/80601pdb1.jpg – é apenas um exemplo dos inúmeros avisos recebidos pela administração Bush antes do 11 de setembro. Os EUA foram avisados pelo Egito, Russia, França. Alemanha, Jordânia, Israel, pela Grâ-Bretanha e pelo próprio ministro dos negócios estrageiros Taliban (!), poucos meses antes do atentado. Vários agentes de inteligência avisaram insistentemente nos meses anteriores aos atentados. Destaco a corajosa Sibel Edmonds. Toda esta gente foi ignorada. No dia do 11 de setembro deu-se uma falha nunca antes vista na defesa dos espaço aéreo americano que permitiu que três dos 4 aviões sequestrados chegassem ao seu alvo. Foi nos di-to depois que “ninguém podia prever tal ataque de aviões embatendo contra edifícios”.
        Em relação à autoria material dos atentados, tudo indica que foram os tais 19 terroristas armados com xizatos. Mais interessante seria saber quem os financiou, por exemplo. Essa questão foi considerada “de pouco ou nenhuma relevância” pela comissão que investigou o 11 de setembro. Muito haveria para dizer acerca dessa comissão…
        Por fim, diz que “há que ver o que é plausível”. Plausível, ou “1. Digno de aplauso, de aprovação 2. Que se pode admitir ou aceitar” remete para uma certa ideia de pensamento de grupo, de agrado dos pares. Ser céptico dos acontecimentos do 11 de setembro é tudo menos popular, é contra corrente, e é se descartado como “teorista da conspiração” à partida. Não é nada “digno de aplauso”, mas estou convicto que a história oficial do 11 de setembro não corresponde à verdade.

        1. Que a “história oficial” não corresponda à verdade não quer dizer que as teorias (no sentido popular da palavra, não científico) que por aí correm sejam a verdade.
          Essa é outra falácia.
          Uma vez mais lhe recordo que nunca se deve menosprezar a estupidez e incompetência.

          1. Se a “história oficial” não corresponde à verdade deve-se fazer uma nova investigação independente para apurar a verdade para que não restem dúvidas. Seria de todo o interesse para os suspeitos que tudo ficasse esclarecido. Parece-me evidente.
            Não será o seu caso, mas parece-me a mim que muita gente tem ‘fé’ que (por exemplo) o governo dos EUA não participaria em tal atrocidade. Mas se há precedentes e uma certa vontade, chamemos-lhe assim, de um “novo Pearl Harbor” (ver: PNAC)!…
            “Nunca se deve menosprezar a estupidez e incompetência” – Na minha opinião, os acontecimentos do 11 de setembro ultrapassam largamente a simples incompetência ou estupidez.

          2. Quando falo em estupidez e incompetência não me refiro ao dia 11, refiro-me aos actos posteriores.
            Como já referiu mais abaixo a L. Abrantes, considerar que os ataques que mataram milhares de pessoas foram orquestrados por uma conspiração do governo americano da época é atribui-lhes muitas mais competências que aquelas que eles demonstraram em mil e uma valências.
            Teriam que estar envolvidas imensas pessoas e haver segredo absoluto o que, na era wikileaks, é virtualmente impossível.

            Pense um pouco…o que é mais plausível: #1 um ataque terrorista que, apesar dos avisos, o governo inepto tinha optado por ignorar e depois tentou ao máximo capitalizar OU #2 uma mega-conspiração dentro do governo americano para chacinar milhares de cidadãos, atacar o Pentágono e, depois, poder capitalizar à custa das consequências?

            Não me parece que a #2 tenha o mínimo de probabilidade de ter ocorrido. Não porque sejam bonzinhos, mas porque não teriam as competências suficientes para levar a cabo a operação.

          3. Ao invés de olhar para os indícios de que a história que nos foi contada não é verdadeira, procura desculpar o “incompetente” governo americano. O governo tinha um líder aparentemente incompetente (enfase para o ‘aparentemente’) mas não substime Dick Cheney, Rumsfeld ou Condoleeza Rice. Está dar-me duas opções simplistas para escolher (#1, #2): é uma falácia.
            Como disse acima: “Vamos supor que o governo dos EUA estava absolutamente informado acerca de um futuro ataque e que, em vez de o contrariar, o facilitou ou o deixou acontecer.” Não lhe parece possível ? Que se investigue.

          4. Ainda não percebi onde se coloca neste tema. E para esclarecer a discussão, por favor, diga-me qual destas opções corresponde à sua opinião.

            O Jorge acha que o governo norte-americano tinha conhecimento que um ataque terrorista era iminente. E embora sabendo da probabilidade desse ataque, nada fez para o impedir ou para aumentar a segurança do país.

            Ou sabendo da iminência de um ataque terrorista e tendo perfeito conhecimento de como e onde iria acontecer, nada fez para o impedir.

            Ou o governo norte-americano activamente encenou o ataque, arranjando pilotos suicidas de forma a atribuir a culpa aos taliban.

          5. Definitavamente alguns elementos do governo do EUA, mas não só, tinham conhecimento de um ataque iminenente e, como é sabido, não agiram para o impedir.

            Foram já publicados vários estudos e livros acerca do ‘insider trading’ que se deu nos dias anteriores ao ataque. Já referi também os inúmeros avisos. O falhanço das defesas aérea naquele dia, em particular na defesa do Pentágono, indicam que a administração Bush se autoflagelou. Destaco neste ponto o testemunho de Norman Mineta acerca das acções de Cheney antes do avião embater no Pentágono. Há também registos de que elementos dos serviços secretos israelitas sabiam do ataque (ver, por exemplo: War by Deception 2013). Estes são alguns dos elementos que me levam a considerar que muito provavelmente vários elementos do governo americano e serviço secretos ‘aliados’ sabiam deste ataque.

            Depois, há ainda quem defenda que o colapso do WTC7 não pode ser um colapso ‘natural’ ou gravítico apenas. Aqui remeto para a organização http://www.ae911truth.org/ que produziu já ambundante documentação acerca desta hipótese.

            Onde me coloco eu ? A minha posição é simples: que se faça uma nova investigação independente para a apurar a verdade.

          6. Se o governo norte-americano sabia da possibilidade de um ou vários ataques terroristas em solo americano, parece ser consensual.

            Agora, dizer que sabia onde e quando e em que circunstâncias iria acontecer e nada fez para o impedir, essa acusação precisa de mais substância que um “documentário”.

            Os documentários, em especial os “independentes” funcionam muito bem, como propaganda, como meio para chamar a atenção para casos desconhecidos da maioria das pessoas. Mas a grande maioria desses documentários espalham mais desinformação e mitos que verdades. Muitos deles estão carregados de viéses. Por isso, vai desculpar-me. Para um caso destes preciso de mais provas que um filme astutamente construído para vincular uma ideia.

            Quanto ao desabamento das torres, tinha falado em listas de engenheiros. Há uns anos também houve uma lista de “cientistas” que refutavam a Evolução. Por isso, tomo sempre essas listas com o devido cepticismo.

            Conhece os estudos que explicam a queda?
            http://www.structuremag.org/Archives/2007-11/SF-WTC7-Gilsanz-Nov07.pdf

            Se esses engenheiros têm algo a refutar, podem fazê-lo via os procedimentos normais para questões científicas: através de estudos que sujeitos a criticas. Não é através da inclusão dos seus nomes em listas.

            O que se passou com o Pentágono. Pode ser mais específico?

            O Jorge falou no respeito pelas vitimas e no direito a saber a verdade. Ora, acho que isso deve estar nos primeiros objectivos das pessoas que estão por detrás das teorias de conspiração. Se realmente têm respeito pelas vitimas e querem saber a verdade e se têm provas fundamentadas para acusar o governo, então que deixem de criar filmes de propaganda e de brincar aos X-files, apresentem-nas, senão em tribunal, a um jornal ou a um repórter conceituado. Se as provas são evidentes ou se pelo menos forem fortes o suficiente para levantar a hipótese de uma nova investigação, não sei porque não avançam.

            A ideia do medo, ou das represálias é muito gira nos filmes, mas toda a gente é livre para fazer filmes, documentários, escrever blogues e fazer sites. Ninguém é condenado, preso ou sofre represálias. Mas num caso gravissimo como é esta a acusação, com certeza são capazes de encontrar a coragem e o sacrifício para expor o maior crime da historia. Serão uns heróis! Porque não o fazem?

  2. Outro perigo, é a de considerarem um molho de “teorias da conspiração” (como eu detesto esta expressão!) e as consideram um todo, como se fosse tudo farinha do mesmo saco. Isso torna-se extramente danoso para todos os esforços legítimos que milhares de pessoas com sentido crítico fazem para saber o que se passou realmente, seja este “realmente” contra ou a favor da sua hipótese. Se o governo dos EUA (e não so!) não tiverem nada a esconder, têm todo o interesse que fique tudo esclarecido, não acham?

    1. “Outro perigo, é a de considerarem um molho de “teorias da conspiração” (como eu detesto esta expressão!) e as consideram um todo, como se fosse tudo farinha do mesmo saco.”

      Concordo de uma certa maneira. Há tantas ideias de conspiração: umas que se tornam conspirações de facto, outras que ficam para o rol de “teorias da conspiração”, porque não têm dados para as sustentar.

      De qualquer maneira há, de uma maneira geral, alguns pontos em comum entre as teorias de conspiração, e não metê-las no mesmo saco, seria estar a fazer uma leitura superficial.

      “Isso torna-se extramente danoso para todos os esforços legítimos que milhares de pessoas com sentido crítico fazem para saber o que se passou realmente, seja este “realmente” contra ou a favor da sua hipótese.”

      Com certeza. Mas os esforços legítimos de pessoas com espírito crítico são capazes de separar o trigo do joio (espero) e fazer as perguntas que realmente devem ser feitas e terem em conta as opiniões contrárias para que a sua proposta possa ser levada em conta.

      1. Só para lhe dar um exemplo, e já dar estar informado, existe uma associação com mais de 1800 Arquitetos e Engenheiros (http://www.ae911truth.org/) que questionam legitimamente o colapso das torres e, em particular, da torre 7. Após análise do relatório feito pela NIST chegaram à conclusão que este não era cientifico e, por conseguinte, fraudulento. Acho que deviam, como céticos, estudar o relatório NIST (http://www.nist.gov/el/disasterstudies/wtc/wtc_finalreports.cfm/) de “apenas” 10.000 páginas ! (será que alguém está a tentar dissuadir as pessoas a não lerem o relatório?). O vosso site faz referência várias vezes o Carl Sagan. Sabiam que uma das antigas esposas (já defunta) de Sagan, Lynn Margulis – ilustre bióloga, questionava a versão oficial dos acontecimentos do 11 de setembro (http://www.youtube.com/watch?v=g-GFBEX5bjY)!?

        1. Sim, Lynn Margulis, famosa por mérito próprio, foi uma mente brilhante…mas depois deixou-se levar pela ascensão meteórica e abraçou todo o tipo de teorias, incluindo muitas “teorias da conspiração”.
          Invocar Lynn Margulis, uma bióloga que nos últimos anos de vida defendeu várias ideias absurdas no campo da Biologia, para argumentar sobre os ataques de 11 de Setembro é cair na falácia da autoridade. É um argumento inválido.
          Eu posso apresentar-lhe uma lista de nomes que dizem o contrário.
          Que peso tem isso?
          O importante é o consenso científico, a avaliação que os pares fazem à luz da Ciência.
          Mas o 11-S nem sequer é um problema “meramente” científico por isso invocar uma única cientista para dar peso a um argumento é absurdo.

          1. Sim, tenho de dar a mar à palmatória A referência à Lynn Margullis é uma falácia, bem sei. Mas só queria demonstrar que questionar os acontecimentos do 11 de setembro nao é coisa exclusiva de gente impreparada e/ou desequilibrada. Além do mais há-de dar uma vista de olhos ao vídeo que eu acima refiro da Lynn Margullis. Parecem-me bastantes válidos alguns dos pontos que a sra. Lynn faz. Ela tenta demonstrar o facto que o relatório NIST não é científico.

        2. O seu comentário seguinte não será publicado.
          Leia por favor a nossa Política de Comentários e não inunde a discussão com links para sites de conspiração.
          Essa não é uma fonte de referência válida.

          1. A origem do site não é clara, pelo que não lhe posso responder à pergunta que me coloca.

          2. E no entanto só aparecem referências a correlacionar o History Commons com a suposta conspiração de 11 de Setembro…
            E a organização que está por trás do projecto é obscura.
            É curioso…

          3. O gestor do ‘Complete 9/11 Timeline’ é o Paul Thomson (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Terror_Timeline#Author_-_Paul_Thompson/watch?v=QjigWtYd5Kg). Não me parece que haja nada de obscuro neste senhor, mas mesmo que houvesse a History Commons-Complete 9/11 Timeline não faz mais do compilar notícias acerca do 11 de setembro. Procura ter um registo histórico, cronológico e o mais objetivo possível dos acontecimentos precedentes, durante e após o 11 de setembro.

    2. Há muito pouco por esclarecer no que concerne à autoria dos ataques perpetrados a 11 de Setembro de 2001 nos EUA.
      E a incompetência nunca deve ser subestimada.
      Também não se pode confundir autoria com aproveitamento posterior.

    3. Acho que a todos interessa saber o que de facto aconteceu. Assim, investiga-se, fazem-se entrevistas, recolhem-se provas e evidências. Após esse passo, junta-se toda a informação e tiram-se conclusões. O que é importante é que não se deixe que as nossas ideias prévias influenciem os resultados. Por outras palavras, são as nossas ideias que se têm de adaptar à realidade e não a realidade que se tem de adaptar às nossas ideias.

      Posto isto, terei de concordar com a L. Abrantes, quando diz que a hipótese que defende que o atentado foi do conhecimento dos EUA (ou um 1 inside job, como defendem outros) apresenta falhas, ou não tem em conta outros factos, como mencionado.

      Mais, repare-se que não existe uma só uma visão das causas do atentado, mas várias interpretações/especulações. Isto é comum entre várias teorias da conspiração (apesar de não servir per se como característica única).

      Compreendo, e estou solidário, com as dúvidas dos familiares. Imagino que se questionem sobre o que aconteceu e porque aconteceu. Suponho que queiram respostas para o facto dos seus entes próximos terem partido de forma tão rápida e estúpida, e que mesmo as respostas oficiais não lhes sirvam de consolo. Por isso, acham que deve haver algo mais. Mas isso faz parte do processo de luto. É a minha interpretação.

      1. De uma forma geral estou de acordo com o seu comentario. “As nossas ideias prévias” são muito mais fortes do que nós queremos admitir. Eu próprio demorei muito tempo a sequer considerar que, talvez, a historia oficial dos ataques do 11 de setembro não seja bem como nos contam a generalidade dos mass media portugueses, Mas os elementos fundamentados que recolhi após algum tempo de pesquisa fazem-me chegar à conclusão que será necessário uma nova investigação independente. Não me considero dono da verdade, nem tenho a certeza do que aconteceu mas acho que há que dar uma oportunidade deste milhares de pessoas serem ouvidos. Sejam eles familiares das vítimas, cientistas, engenheiros e arquitectos, politicos, ex-agentes de inteligência, militares de alta patente, bombeiros e muitos outros que têm um testemunho importante.

    1. Caro Jorge

      Num dos seus comentários refere que a investigação foi sub-financiada. Pode indicar-me uma referência para o valor que indicou? Falou em 14 milhões, mas um dos documentos saídos em 2002 aponta para 16 milhões para uma investigação conduzida apenas por um dos órgãos oficiais. Não há menção, do pouco que li, noutros órgãos, como a CIA, FBI, etc. O valor de 16 milhões aparenta ser apenas o preliminar, porque no documento fala-se em 40 milhões durante o curso de 3 anos que a investigação irá durar.

      http://commdocs.house.gov/committees/science/hsy78961.000/hsy78961_0f.htm

      1. Não estamos a falar da mesma coisa. Este documento trata da ” Investigation of the World Trade Center Collapse:Findings, Recommendations, and Next Steps “. Ou seja, pretende-se chegar a conclusões acerca do que falhou ao nível da engenharia dos edifícios e recomendações futuras. Eu estava a referir-me à Comissão Nacional sobre os Ataques Terroristas nos Estados Unidos que se iniciou a 27 de Novembro de 2002 (mais de um ano depois…) e que pretendia entre outras coisas “prepare a full and complete account of the circumstances surrounding the September 11 attacks”. Foi esta comissão que definiu quem foram os culpados, o que se passou naquele dia, e que serviu de base para a chamada “narrativa oficial” dos acontecimentos. Como eu lhe dizia, esta comissão foi sub-financiada. Aqui fica um link de uma notícia que refere que foram alocados mais 11 milhões de dolares aos 3 millhões do orçamento inicial ( http://www.time.com/time/nation/article/0,8599,437267,00.html ). Também neste artigo, compara-se o financiamento dado à comissão responsável por apurar o que acontecera ao shuttle Columbia de 50 milhões de dólares (a título de exemplo), com aos eventos do acontecimento do século (digo eu).

        1. Há que enquadrar todos esses acontecimentos no momento em que aconteceram e tendo em conta a pessoa (ou pessoas) que lideravam os EUA naquela altura.
          As acções tomadas pelo governo de G. W. Bush não são comparáveis a nenhum outro.
          Por isso repito, não subestime a sua incompetência em tudo o que aconteceu antes, durante e depois.

        2. Tendo em conta os danos e os diferentes órgãos à frente da investigação nas suas várias vertentes, parece-me falacioso classificar as investigações que foram feitas após o ataque como sub-financiadas julgando convenientemente uma única comissão. Mesmo sendo sub-financiada, como diz, isso aparenta ser sinónimo de incompetência ou negligência e não sinal de quem quer esconder a culpa.

          A existir uma conspiração da parte do governo norte-americano para simular um ataque terrorista, implicaria uma enorme quantidade de gente que estaria conivente com os conspiradores. E é uma curiosidade que ninguém tenha quebrado o silêncio, ou que tenha havido um sério ataque ao governo por parte do partido opositor na altura.

          A questão é, ao contrário dos filmes, as coisas acontecem de maneira imperfeita, no meio da surpresa, no meio de uma situação difícil de prever, as coisas não acontecem como seria de esperar quando analisamos as coisas friamente. Poderia ter sido evitado, talvez. Mas todos os ataques terroristas poderiam ter sido evitados, mas é por serem justamente apelidados de terroristas que são tão difíceis de prever. Atacam de surpresa, em locais que ninguém espera e de maneira surpreendente.

          Acho muito bem que se façam perguntas. Mas se calhar, convinha dar uma vista de olhos às respostas que já foram dadas. E não faltam argumentos de gente independente que foi capaz de reunir um conjunto de argumentos que contrapõem a teoria da conspiração.

          1. “implicaria uma enorme quantidade de gente” – Não implicaria tanta gente assim. Implicaria que em posições chave tivessem conhecimento do plano. Depois seria executado da uma forma análoga a um ‘coup d’état’. Mas vou dar-lhe um exemplo de uma operação que envolveu bastantes milhares de pessoas e que permaneceu desconhecido do grande público durante anos: o projecto Manhattan, que deu origem á bomba atómica. A compartimentação do conhecimento pode explicar o porquê de não muitas pessoas terem falado. Há, no entanto, quem tenha quebrado o silêncio: políticos, militares, bombeiros, agentes das secretas… Hoje mais do que nunca quem quebra o silêncio e revela segredos de Estado é condenado. Olhe o caso de Bradley Manning ou do muito mediático Julian Assange. Há um preço muito alto a cubrar… Recordo também que na altura quem quer que fizesse uma questão era logo considerado “anti-patriótico”.
            A descrença que tal coisa é possível funciona como dissuasor. Já para não falar que quem quer que toque no assunto é imediatamente considerado louco, ou coisa do género.

            A sra. D. Barbosa diz “não subestime a incompetência e a estupidez”: Eu digo não subestime a pressão/coerção social/psicológica.

            Relacionado com o pressão psicológica estão os ataques feitos com o Antraz. Veio a descobrir-se que a origem do antraz era americana. Quem não se lembra de ver na televisão a seguinte carta?

            09-11-01
            YOU CAN NOT STOP US.
            WE HAVE THIS ANTHRAX.
            YOU DIE NOW.
            ARE YOU AFRAID?
            DEATH TO AMERICA.
            DEATH TO ISRAEL.
            ALLAH IS GREAT.

            Fica aqui um link de uma entrevista (RussiaToday) acerca dos ataques com antraz que ilustram o meu ponto de vista: http://www.youtube.com/watch?v=zs-sG_Kf-70 (não se trata de um site de conspiração)

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