Charles Darwin e a origem da Biodiversidade

No dia em que se celebra o aniversário de Charles Darwin, falamos brevemente do seu contributo para a Ciência.

Celebra-se hoje, a nível internacional, o aniversário do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882). Aproveitamos esta data para relembrar um pouco do seu contributo para o nosso entendimento da realidade que nos rodeia.

Têm sido várias as propostas, ao longo da história da humanidade, para explicar a origem da vida e da multiplicidade de formas de seres que nos rodeiam. Houve quem tivesse defendido uma criação divina ou, pelo contrário, um surgimento da vida através de reações químicas; houve quem tivesse argumentado que as espécies atuais são exatamente as mesmas que habitaram no passado longínquo (fixismo) ou que estas tinham alterado a sua forma ao longo do tempo (transformismo). Para cada uma destas hipóteses foram apresentados os mais variados argumentos, desde espirituais ou religiosos, até materialistas e científicos.

Vários pensadores, religiosos e cientistas contribuíram para este debate, ao longo da nossa história, mas foi Charles Darwin quem apresentou uma explicação que se mantém válida até hoje: a evolução das espécies pelo mecanismo de seleção natural (há também outros mecanismos como a seleção sexual ou a deriva genética).

Em bom rigor, a teoria de Charles Darwin, proposta no seu célebre livro “A Origem das Espécies” (1859), não fala da origem da vida mas apresenta, sim, uma hipótese para explicar a origem da biodiversidade que nos rodeia.

Podemos resumir esta teoria em torno de quatro princípios: 1) numa população os indivíduos apresentam diferenças entre si (podem ser morfológicas, comportamentais, bioquímicas, etc.); 2) ao reproduzirem-se, a população cresce originando um aumento do número de indivíduos e das suas respetivas características; 3) perante uma pressão seletiva (predador, doença, alteração ambiental, barreira geográfica, etc.) só os indivíduos com certas características, ditas vantajosas (naquele período e para aquele local) sobreviverão (ou viverão mais tempo) deixando assim mais descendentes com essas mesmas características, que por sua vez também viverão mais tempo e passarão as mesmas características, enquanto os indivíduos com as características ditas menos vantajosas (naquele período e para aquele local) morrerão (ou viverão menos tempo), deixando menos descendentes (ou nenhuns) com essas características; 4) com o tempo e ao longo de várias gerações teremos uma nova população com características diferentes da população inicial, e quanto mais tempo passar as características podem tornar-se tão diferentes entre populações originando isolamento reprodutivo e, por conseguinte, uma nova espécie – formando um novo ramo na árvore da vida.

Para Darwin, este era um processo lento e gradual e que implicava que todos os seres vivos no nosso planeta estavam ligados genealogicamente entre si, pois se recuarmos nos ramos desta árvore genealógica iremos encontrar um antepassado comum.

Convém relembrar que o trabalho de Darwin influenciou muitas outras áreas para além da biologia, tais como a psicologia ou a agricultura. É por causa de todos esses contributos que celebramos hoje o aniversário deste cientista.

Representação de Darwin enquanto jovem, patente na exposição “A Evolução de Darwin”. Créditos: Diana Barbosa (2011)

Nota: texto inicialmente publicado pelo autor no blogue Diário de uns Ateus.

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