O Prémio Unicórnio Voador – um prémio feliz para actuações infelizes – é concedido pela Comcept às personalidades ou entidades nacionais que, durante o ano anterior, tenham contribuído para a disseminação da pseudociência, superstição e outras formas de desinformação em três categorias distintas:
Grafonola – Para os meios de comunicação e os seus agentes (impressa, rádio, televisão, blogosfera).
Estrela cadente – Para as estrelas de televisão e do mundo artístico, desportivo ou social.
O Rei Vai Nu – Para todos os outros que façam ou contribuam para a propagação de alegações duvidosas sem provas ou contra elas.
A selecção dos premiados aconteceu em duas fases, uma de nomeação e outra de votação, um processo no qual a Comcept contou com a preciosa ajuda dos seus leitores. A revelação dos resultados no dia 1 de Abril, Dia das Mentiras, prende-se não só com a óbvia carga humorística do prémio mas também com o seu objectivo mais profundo – que é o de estimular a reflexão sobre a prevalência e influência da pseudociência, da superstição e da desinformação na nossa sociedade que, conscientemente ou inadvertidamente foi ou é ainda promovida pelos premiados.
O resultado pode ser consultado na página da votação. Os vencedores do ano de 2013 para cada categoria são:
Grafonola – Portugal Mundial – Um site alternativo de notícias com uma singular “aproximação quântica à informação”. A maioria dos artigos são reciclados de sites estrangeiros cuja qualidade da informação é no mínimo duvidosa e, até as histórias mais inócuas são prontamente inseridas numa narrativa conspiratória.
Estrela Cadente – A equipa das manhãs na rádio Comercial – Que deu voz à publicidade do medicamento homeopático Oscillococcinum. Um medicamento antigripal inteiramente legal à luz da lei portuguesa, mas completamente inacreditável à luz da ciência. Se um extracto de fígado e coração de pato parece ser um tratamento estranho para a gripe, ainda mais estranho se torna quando este é diluído até à não existência.
O Rei Vai Nu – A Assembleia da República Portuguesa – Que aprovou a Lei n.º 71/2013 que exige que “os profissionais das terapêuticas não convencionais não podem alegar falsamente que os atos que praticam são capazes de curar doenças, disfunções e malformações” e, ao mesmo tempo, reconhece a “autonomia técnica e deontológica no exercício profissional” de terapêuticas para as quais não existem provas científicas de qualidade que suportem uma boa parte das alegações de saúde produzidas.
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