Uma acção de fiscalização da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) terminou, esta segunda-feira, com o encerramento de uma empresa de suplementos alimentares na Amadora. As autoridades procederam ainda à detenção do presidente executivo que já tinha antecedentes de medicina baseada nas evidências.
“Ainda estou em choque, nunca tinha visto nada assim”, confessou Augusto Pinto, o inspector responsável pela operação. “Encontrámos de tudo, desde ensaios clínicos a comprovar a eficácia e segurança de cada suplemento alimentar, até um departamento que verificava se os produtos de ervanária estavam contaminados com metais pesados”.
“Este tipo de empresas dá má imagem ao sector”, diz Nuno Belas, presidente da Confederação Nacional de Suplementos Alimentares. À PetaNews explicou que aquilo que os consumidores querem é promessas, “promessas de que conseguem emagrecer sem esforço em apenas 30 dias, ou promessas de que podem ter uma erecção sem enfrentar a vergonha de falar com um médico”. Nuno Belas acrescentou ainda que os “ensaios clínicos só geram desconfiança” e que por isso “ninguém confia na indústria farmacêutica”.