Prémio Unicórnio Voador 2016

Os vencedores do Prémio Unicórnio Voador 2016
O Unicórnio Voador. Crédito: Cláudia Barrocas
O Unicórnio Voador. Crédito: Cláudia Barrocas

O Prémio Unicórnio Voador – um prémio feliz para actuações infelizes – é uma distinção satírica que, por sugestão dos internautas, é concedida pela Comcept às personalidades ou entidades que durante o ano anterior tenham contribuído para a disseminação de pseudociência, superstição e outras formas de desinformação em três categorias distintas:

  • Grafonola – Para os meios de comunicação e os seus agentes (impressa, rádio, televisão, blogosfera).
  • Estrela cadente (ausente este ano por falta de nomeados) – Para as estrelas de televisão e do mundo artístico, desportivo ou social.
  • O Rei Vai Nu – Para todos os outros que façam ou contribuam para a propagação de alegações duvidosas sem provas ou contra elas.

Depois das fases de nomeação e votação, eis que chega o momento de anunciar os resultados finais. A revelação no dia 1 de Abril, Dia das Mentiras, prende-se não só com a carga humorística do prémio, mas também, com o seu objectivo mais sério e profundo – que é o de estimular a reflexão sobre a prevalência e influência da pseudociência, da superstição e da desinformação na nossa sociedade.

E os vencedores do ano de 2016 para cada categoria são:

Grafonola – SIC (Programa “A Vida nas Cartas – O Dilema”) com 58% dos votos

Quem diria que um programa baseado na superstição e na pseudociência poderia causar tantos problemas. Primeiro, foi a taróloga Carla Duarte que aconselhou uma telespectadora a mimar o marido agressor, depois, foi a tudóloga Maria Helena a oferece-se para resolver problemas judiciais em directo. A primeira foi despedida após a onda de indignação que se gerou. Contudo, depois de todos estes anos, a indignidade do próprio programa continua a escapar à direcção da SIC.

O Rei Vai Nu – Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis (Conferência sobre “medicina esogética”) com 42% dos votos

Em Março de 2016 a Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis resolveu organizar uma conferência de “enfermagem às cores”, mais precisamente, uma conferência sobre “medicina esogética”, uma terapia alternativa inventada pelo naturopata alemão Peter Mandel, convidado especial do evento. A medicina esogética inclui coisas tão sugestivas da plausibilidade científica da prática como a “terapia de cristais” e a “cromopuntura”, isto é, acupunctura com luz colorida em vez de agulhas. É caso para perguntar se o estágio dos futuros enfermeiros será também realizado em Vilar de Perdizes?

One Comment

  1. Prémios justos e que espero cheguem ao conhecimento dos premiados.
    Se passar a incluir o Brasil, soube ontem que o respetivo Min. Saúde também merece pois coloca todas as terapêuticas “alternativas” em pé de igualdade com a medicina científica. E isto, embora pareça, não é mentira do dia 1 de abril

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