Dois dos membros da direcção da COMCEPT estiveram presentes, uma vez mais, na QEDcon, a convenção céptica que se realiza anualmente em Manchester. Este ano, o evento teve lugar nos dias 13 e 14 de Outubro, no Mercure Piccadilly Hotel. Se este não é o maior, é um dos maiores encontros de cépticos a nível mundial, que este ano reuniu mais de 700 pessoas das mais variadas proveniências geográficas, idades e géneros. Apesar do contexto de diversidade e de internacionalização desta iniciativa, a inclusão e a integração é uma das prioridades que se reflecte, por exemplo, na maneira como somos recebidos ou no acolhimento sentido no ponto de encontro que é o bar, onde todos metem conversa com todos, independentemente se são da organização, oradores, convidados, voluntários ou espectadores.
Gradualmente vão-se estreitando laços, fomentando redes de contacto e sentido de comunidade. Ao longo dos anos temos conversado com muitos dos autores de blogues e websites cépticos, criadores de podcasts, membros de movimentos activistas e com organizações cépticas internacionais. A QEDcon é um local de convívio, lazer e também de aprendizagem. Faremos de seguida um sintético resumo do programa que nos ocupou nesse fim de semana, repleto de ciência, razão e pensamento crítico.
A sexta-feira foi dedicada a eventos paralelos, uma espécie de preparação para o que viria nos dois dias seguintes. À tarde foi tempo para o Skepticamp, um conjunto de curtas palestras abertas a quem quisesse participar (a COMCEPT já participou em anos anteriores); ao final do dia, antes do jantar, houve um quiz dedicado ao tema do espaço (Space Shambles) – a equipa da COMCEPT ficou posicionada a meio da tabela classificativa.
No fim de semana houve tempo para os mais variados eventos: palestras, mesas redondas de debate, workshops, gravação de podcasts e uma sala de realidade virtual. O programa com os vários temas pode ser consultado aqui.
Das palestras que mais me marcaram, devo destacar a da britânica Pixie Turner, da qual falarei em breve aqui no website e que esteve relacionada com a alimentação saudável. Mas houve outras também muito interessantes, como a proferida pela Hannah Fry, sobre Inteligência Artificial; ou o resumo que Michael Marshall fez dos seus encontros com terraplanistas (aqueles que acreditam que a Terra é plana) numa procura de os tentar compreender (um tema que iremos acompanhar); ou ainda o bem-humorado workshop de como invadir castelos. Tivemos ainda um vislumbre do que será a nova série em inglês “Strange Stories”, de Massimo Polidoro, que já havia criado a versão italiana.
Para além dos variados temas, sempre interessantes e que a organização tenta diversificar, salientamos a parte humana da convenção. Para além dos laços interpessoais que se criam, há também a preocupação por parte da organização em criar um local tranquilo, seguro e inclusivo para que todos possam desfrutar.
Para terminar, partilho também a opinião de Jonathan Jarry, um céptico canadiano que também esteve presente na QEDcon.
A equipa da QEDcon fará uma pausa em 2019. Portanto, teremos de esperar até 2020 para voltar a reviver esta experiência.