Nas redes sociais tem havido referência a um relatório que indicaria o aumento da corrupção em Portugal. Será mesmo o nosso país corrupto?

Esta semana foi publicado um relatório sobre a percepção da corrupção em vários países. Quem lesse apenas os títulos das notícias, ficaria convencido de que Portugal estaria cada vez mais corrupto:

Mas será isto mesmo que diz o relatório? É o que iremos analisar de seguida.

                      Créditos: AKuptsova

 

O Índice de Percepção de Corrupção referente a 2018, organiza os 180 países ou territórios analisados de acordo com a percepção de níveis de corrupção no sector público, através de uma análise de peritos e empresários. A escala vai de 0 a 100, em que 0 é atribuído ao mais elevado nível de corrupção, enquanto 100 diz respeito ao nível mais transparente. Salienta-se que 2/3 dos países analisados têm uma pontuação inferior a 50, ou seja, muito corruptos. A pontuação média é de 43 pontos. A Dinamarca foi o país com pontuação máxima (88 pontos em 100), sendo considerado o país mais transparente.

Então onde está Portugal situado? Portugal tem 64 pontos em 100, estando no lugar 30 do ranking entre os 180 países, tendo inclusive melhorado a sua prestação comparado com o ano anterior.

Este trabalho é realizado anualmente pela organização Transparency International – The Global Anti-Corruption Coalition, que em Portugal é representada pela associação Transparência e Integridade.

Toda a informação, incluindo tabelas, gráficos e metodologia, pode ser consultada aqui.

 

Conclusão

Ao contrário do que tem circulado nas redes sociais, Portugal não se encontra entre os países mais corruptos. antes está perto dos mais transparentes, embora ainda tenha muito trabalho pela frente e as leis de combate à corrupção devam ser aprimoradas. De salientar que este estudo não quantifica o nível exacto de corrupção mas o nível de percepção de corrupção. Mais se informa que a corrupção acompanha a fragilidade democrática de um país, pelo que há que estar atento a fenómenos de populismo e anti-democracia para evitar que a corrupção aumente.

 

Saiba mais:

no Público;

no Jornal Económico

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