Recentemente a COMCEPT apoiou, colaborou na redação e promoveu o Manifesto “Por cuidados de saúde de base científica”. Ainda a esse propósito, recomendamos a sua leitura e, caso concorde com o mesmo, sugerimos que o subscreva, podendo fazê-lo através deste formulário.
Este Manifesto tem conquistado grande repercussão social, impacto mediático e, inclusive, originou o tema do último programa de debate “Prós e Contras” que passou na RTP, no dia 1 de Abril. A COMCEPT esteve representada nesse programa, através de alguns membros: Armando Brito de Sá, principal redator e primeiro subscritor do Manifesto, que surgiu na entrevista de abertura do Programa; David Marçal, que também contribuiu para a redação e foi um dos subscritores iniciais, esteve representado na Mesa do palco; Diana Barbosa, Presidente da COMCEPT e subscritora inicial do Manifesto, participou a partir da plateia. Para além destes, participaram também no programa a defender a Ciência e a Medicina, a partir do palco, João Júlio Cerqueira, médico e autor do projeto SciMed e André Casado que também é médico. Na plateia esteve também o médico David Rodrigues, redator e subscritor inicial do Manifesto, e sem estar planeado foi dada voz também a Ricardo Mexia, Presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública. Por questões de tempo, não foi possível outras pessoas intervirem, mas teria sido interessante ter ouvido Vítor Oliveira, do projeto no facebook “O Céptico Responde”, pela história que teria para contar. Esperemos que haja outras oportunidades.
O programa pode ser visualizado aqui:
Em poucas palavras, tenho de dizer que, na minha opinião, o resultado do programa não correu muito bem para nenhum dos lados, por não ter sido muito esclarecedor para o público. Isso à partida já seria expectável quando se coloca em confronto medicina com pseudociências em par de igualdade. Apesar disso, Armando Brito de Sá foi claro na entrevista inicial e David Marçal deu o pontapé de saída para o debate que começou bem. No entanto, gradualmente o debate foi perdendo o carácter argumentativo e explanativo para passar a um carácter de aparente confronto. Em abono dos intervenientes da Mesa que defendiam a Medicina, devo dizer que fizeram os possíveis dentro daquele contexto. No entanto, e em jeito de auto-crítica ao lado que apoio, considero que no futuro há que melhorar as técnicas de comunicação e aprender com o que correu menos bem desta vez.
Na segunda parte, houve boas intervenções na plateia da Diana Barbosa, David Rodrigues e Ricardo Mexia que merecem ser ouvidas e que serviram como complemento ao debate que se passava no palco.
Para muitos dos intervenientes, esta foi uma oportunidade de aprendizagem. Da parte da COMCEPT, estamos abertos para mais atividades do género. Esclarecer é necessário.
Entretanto, também os profissionais da comédia se têm dedicado a este tema, ao longo da semana. Vale a pena ouvi-los:
Nos próximos tempos voltaremos a dar atenção a este tema. Até lá, subscrevam o nosso Manifesto.
3 Comments
Essa gente das alternativas fazem tantas falácias nos seus argumentos que podíamos escrever um livro de falácias baseado apenas nesses exemplos.
Este debate diz muito sobre a qualidade do ensino da medicina em Portugal. Infelizmente parece que o ensino do método cientifico continua no domíno dos deuses. Isto só mostra a grande necessidade de introduzir cursos de pensamento crítico nesses cursos. Não ouvi ninguém se referir ás meta-analyses do Cochrane Foundation.
Vi o programa, lamento a oportunidade perdida para pedir a um dos curandeiros que lá se encontravam para explicarem como é feito um “medicamento” homeopático e qual a forma como atua.