Faleceu, a 19 de abril de 2024, com 82 anos, o filósofo americano Daniel Dennett.
Dedicou a sua investigação às áreas da Filosofia da Mente e da Filosofia da Ciência, com destaque para o estudo das ideias evolutivas. Em particular, debruçou-se sobre o estudo de temas como a mente, a consciência e o livre-arbítrio; participou no debate sobre o entendimento dos processos evolutivos, aproximando-se mais das ideias do biólogo Richard Dawkins do que das do paleontólogo Stephen Jay Gould; refletiu e trabalhou sobre a relação religião e moralidade e sobre religião e ciência; e analisou temas contemporâneos como o pós-modernismo e a inteligência artificial.
Ainda no campo da religião, destacou-se como ativista ateu e secularista, tendo feito parte da “Secular Coalition for America” e do “Committee for Skeptical Inquiry”. É reconhecido como um dos “Quatro Cavaleiros do Novo Ateísmo”, pelos debates em que participou, sobre religião, com Richard Dawkins, Sam Harris e Christopher Hitchens.
Dennett deixou um importante acervo bibliográfico da sua autoria. Entre as suas obras, destacam-se as seguintes:
No campo do livre-arbítrio – “Brainstorms: philosophical essays on mind and psychology” (1981); “Elbow Room: the varieties of free will worth wanting” (1984);
No campo da consciência – “Content and Consciousness” (1986); “Consciousness explained” (1992); “Kinds of Minds: towards an understanding of Consciousness” (1997);
No campo da evolução – “Darwin’s dangerous idea: Evolution and the meaning of life” (1996); “From Bacteria to Bach and Back: the evolution of minds” (2017);
No campo da religião – “Breaking the Spell: religion as a natural phenomenon” (2006); “Science and Religion: are they compatible?” (2010).
Para além da sua extensa e importante obra, Daniel Dennett deixou a sua mulher, Susan Bell, dois filhos e cinco netos.