Pseudociência na clínica veterinária
Tal como a medicina tem vindo a ser contaminada com ideias e práticas pseudocientíficas, infelizmente agora até legitimadas pela lei, os proponentes das mesmas não poderiam deixar de perder a oportunidade de levarem o perigo também à medicina veterinária.
Há muito que queríamos abordar esta temática e é desta!
No sábado, dia 21 de Abril, recebemos Patrícia Branco, representante da Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia.
Já após o convite e o agendamento desta tertúlia, tivemos informação de que esta associação acabou de criar um “Grupo de Interesse Especial em Acupunctura Veterinária”. Também a Ordem dos Médicos Veterinários tem vindo a promover, nos seus próprios congressos, este tipo de práticas. A própria Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa oferece disciplinas de “Medicinas Alternativas”.
Se, no caso dos seres humanos, se pode fazer um apelo ao direito à escolha individual e à responsabilidade do indivíduo adulto pela sua própria saúde (ou falta dela), o mesmo não se aplica aos animais que são custodiados por nós.
Por isso mesmo, o Royal College of Veterinary Surgeons (Reino Unido) emitiu recentemente um parecer sobre o uso de “medicinas complementares e alternativas” que diz, entre outras coisas:
“esperamos que os tratamentos aplicados pelos veterinários tenham como base provas reconhecidas ou princípios científicos claros”
O uso de falsos tratamentos em animais indefesos, prolongado o seu sofrimento ou expondo-os a sofrimentos desnecessário (como seja o espetar de agulhas) constitui, a nosso ver, maus tratos aos animais.
Esperamos, portanto, um debate interessante!